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TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL

Profº JOSÉ MORAN

As tecnologias de comunicação criadas na internet contribuíram para uma mudança no âmbito social e cultural. Hoje, a tela do computador também pode ser considerada como um espaço de escrita e de leitura capaz de trazer novas formas de acesso à informação e, consequentemente, à aprendizagem.  

No Brasil, muitas instituições vêm procurando associar suas práticas aos avanços tecnológicos e aos novos paradigmas educacionais, utilizando cada vez mais as ferramentas da web, não apenas para a democratização da educação e para a atualização, mas também permitindo que o processo de ensino/aprendizagem não fique limitado apenas aos limites da sala de aula.

Segundo Moran (2001), educar a distância é ajudar os participantes a equilibrarem suas necessidades e habilidades pessoais com a participação em grupos, sejam eles presenciais ou virtuais, trocando experiências, dúvidas e resultados. 

Este autor afirma que daqui em diante estaremos, cada vez mais, combinando cursos presenciais com virtuais.  Para ele, uma parte dos cursos presenciais será feita virtualmente. Uma parte dos cursos a distância será feita de forma presencial ou virtual-presencial. 

Atualmente, já observamos uma combinação de períodos de pesquisa mais individual com outros de pesquisa e comunicação conjunta. Poderemos fazer alguns cursos sozinhos, com orientação virtual de um tutor, e outros cuja a tônica será compartilhar vivências, experiências, ideias, com professores e alunos.

É importante, também, compreender que a EAD online exige uma boa dedicação de tempo por parte da equipe pedagógica e dos estudantes, tempo a ser considerado na íntegra. No ensino presencial são computadas apenas as horas passadas em sala de aula ou nos laboratórios. Para o sistema educacional vigente a medida é o tempo de sala de aula e não o tempo de biblioteca ou de pesquisa de campo. 

Nesta modalidade, a interação entre o professor e o estudante é indireta no espaço (por força da distância) e no tempo (por força da comunicação não simultânea), devendo se valer de uma estratégia de mediatização que inclua a combinação dos mais adequados suportes técnicos de comunicação (materiais didático-tecnológicos). Assim, a natureza da relação ensino-aprendizagem online, se comparada com o ensino convencional, torna esta modalidade de educação bem mais dependente da mediatização. (MORAN, 2001 p.59)

A Aprendizagem colaborativa também é considerada como alternativa didática que auxilia a expressão da autonomia. Para melhor compreendê-la, podemos nos amparar em pressupostos de Vygotsky, que vê a aprendizagem como processo essencialmente social, marcado pela interação do aluno com o professor e com outros companheiros. 

Atualmente podemos afirmar que as tecnologias estão cada vez mais rápidas e integradas e o conceito de presença e distância se altera profundamente e as formas de ensinar e aprender também. 

Estamos caminhando para uma aproximação sem precedentes entre os cursos presenciais e os a distância. Os presenciais começam a ter disciplinas parcialmente à distância e outras totalmente à distância. E os mesmos professores que estão no presencial-virtual começam a atuar também na educação à distância.

É o que afirma José Moran, doutor em comunicação pela USP (2013). “Que teremos inúmeras possibilidades de aprendizagem que combinarão o melhor do presencial (quando possível) com as facilidades do virtual”. 

Por isso caminhamos para métodos diferentes de organização de processos de ensino-aprendizagem. A combinação entre ferramentas e métodos aproveitando o que há de melhor em cada um, originou a criação de um novo modelo de planejamento e implantação de projetos de EAD. O modelo híbrido de aprendizagem.

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